O show do cantor Leo Santana marcado para 12 de setembro em Sinop (MT) corre o risco de não acontecer. Isso porque o cachê pago pela prefeitura da cidade, no valor de 650 mil reais, é considerado exorbitante por moradores e políticos da cidade, que tem apenas 216 mil habitantes.
O caso virou escândalo político na sessão da Câmara Municipal de Sinop, quando vereadores colocaram sob suspeita a legalidade da contratação do cantor. Segundo o parlamentar Marcos Vinícius (PSDB), há indícios de superfaturamento no contrato, que teria custado aos cofres públicos um valor superior ao cobrado por artistas que figuram entre os dez mais ouvidos do país. “Como justificar que um artista fora do topo da lista dos mais ouvidos do país tenha custado mais do que grandes nomes da música brasileira? É um absurdo”, declarou.
Há em tramitação o Projeto de Lei 014/25, que trata de investimentos públicos na área cultural. O texto original do projeto, enviado à Câmara sem a definição de tetos de gastos e sem mecanismos eficazes de fiscalização, abriria margem para má-gestão dos recursos públicos.
Em nota, a assessoria do cantor informou que o contrato referente ao show de 12 de setembro está com o valor do cachê que normalmente é cobrado pela produtora que realiza a comercialização de shows do artista, “onde no mesmo está inclusa toda logística aérea de jato do artista e staff, bem como passagens de equipe e banda e todos os impostos fiscais devidos de acordo com a emissão de nota fiscal”. “A Salvador Produções e o artista Léo Santana têm como uma de suas normas prezar pela idoneidade e transparência e principalmente zelam pelo respaldo que possuem nacionalmente no mercado de shows e entretenimento”, informou o comunicado.
Prefeitura de Sinop informou que a contratação foi formalizada de acordo com a legislação, com base em inexigibilidade de licitação “uma vez que se trata de artista de renome nacional, com valor de mercado determinado por produtoras especializadas”. “A Prefeitura solicitou ao contratante toda a documentação detalhada dos custos, incluindo notas fiscais e comprovantes de despesas de transporte, equipe e produção. Esse pacote foi submetido à análise da assessoria jurídica e da Controladoria-Geral do Município, garantindo respaldo técnico e legal”, diz o comunicado.
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