Record demite Jornalista que vazou fala de Lula para mercado especular dólar

A jornalista Renata Varandas, que vazou trechos de entrevista de Lula ao mercado, foi demitida da Record na quarta-feira (17), depois que a direção da emissora descobriu sua ligação com uma agência de análise política e financeira.

Renata Varandas, repórter da emissora em Brasília, também é uma das sócias da empresa Capital Advice. Na terça-feira (16), ela antecipou trechos descontextualizados de falas do presidente ao mercado financeiro à corretora BCG. O vazamento de informações provocou oscilação na cotação do dólar.

No início da quarta-feira (17), a Record TV emitiu comunicado oficial informando ter sido surpreendida com a notícia de que a sua agora ex-funcionária tinha relação com uma empresa de análise política. Já sobre a demissão da jornalista, a direção da emissora não se manifestou oficialmente.

“A Record esclarece que soube da ligação da repórter Renata Varandas com a Capital Advice somente após a divulgação do release pela agência. A emissora deixa claro que condena qualquer vazamento de informações, principalmente com recorte parcial do que é apurado em entrevistas feitas por nossas equipes. Medidas cabíveis serão tomadas com a apuração dos fatos”, diz o comunicado.

Declarações de Lula

A entrevista que Lula concedeu a Renata Varandas para o Jornal da Record, principal telejornal da rede, foi exibida na noite de terça-feira (16). Antes mesmo de a emissora divulgar a veiculação da entrevista, trechos de falas de Lula sobre corte de gastos e arcabouço fiscal circulavam entre especuladores do mercado financeiro. A íntegra da entrevista só foi ao ar a partir das 19h55, mas a emissora divulgou trechos com antecedência.

A Record divulgou um trecho da entrevista com Lula às 13h48. Antes disso, o dólar subiu. No final do dia, a moeda recuou, e fechou em baixa. A Bolsa também oscilou por conta da divulgação descontextualizada das declarações de Lula.

Segundo o informe da corretora BCG, Lula teria dito que seria preciso “convencê-lo de que será mesmo preciso cortar entre R$ 15 bi e [R$] 20 bi no relatório de 22 de julho. Disse ainda que se precisar modificar a meta, ele não se opõe”.

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